terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Quase Sumindo...

Depois do protagonismo no Brasil, Lucas se vê em uma situação bem delicada no poderoso PSG.


Quando começou no time principal do São Paulo em 2010, Lucas, na época chamado de Marcelinho, apelido vindo da base devido a sua semelhança com o ex-jogador Marcelinho Carioca, foi apontado como a maior revelação do clube após Kaká. E essa comparação não foi à toa, em 25 aparições pela equipe, o jovem meia-atacante conseguiu marcar 4 gols e servir 4 companheiros com assistências, se tornando um dos melhores jogadores da equipe aquele ano. O nome Marcelinho sumiu da camisa do jogador pouco depois de ele estrear no profissional, que de agora em diante, queria ser conhecido pelo seu nome de batismo. Nada mais justo para o jovem que teria um belo futuro pela frente atuando pelo tricolor.
Lucas quando ainda aderia ao apelido no tricolor.

Em 2011, Lucas se firmou de vez na equipe, e no campeonato brasileiro se sagrou o goleador mais jovem da equipe do São Paulo. Foram 9 gols durante toda a competição, número que para atacantes "normais" parecem pouco, mas para um atleta de 18 anos, representam muitas coisas. Somando todas as competições que disputou pelo time paulista, Lucas marcou 13 gols e deu as mesma 4 assistências de 2010.

Lucas e Neymar: Parceria de "ousadia" pela seleção de base!
Pela Seleção Brasileira de base, o jovem meia-atacante se tornou um dos principais protagonistas do time, ao lado de Neymar, seu companheiro dentro de campo e amigo fora dele. O Campeonato Sul americano Sub-20, em 2011, foi o ápice do jogador, que ao lado da estrela santista, levou o time para conquistar o título de campeão do torneio. Lucas só não fez chover na final, por que fora isso fez de tudo, inclusive marcar 3 gols na decisão contra o Uruguai. Ele foi o vice artilheiro do Sul americano, ficando atrás justamente de Neymar.

Lucas em sua estréia na seleção principal do Brasil.
Em 2011 foi convocado pela primeira vez para a seleção principal do país, pelo então técnico Mano Menezes. Lucas começou o jogo contra a Escócia no banco, e entrou nos 15 minutos finais de jogo, recebendo elogios pela disposição que teve em campo, proporcionando mais velocidade e objetividade ao time. No mesmo ano, o jogador ainda integrou o elenco Brasileiro que disputou a Copa América, também foi reserva, mas entrou em todos os jogos da seleção, sendo uma das alternativas para o ataque do time que não conseguia marcar gols nas outras seleções, mesmo tendo Fred e Alexandre Pato na frente.

Ainda pela seleção, mas em 2012, o jogador estava presente na decepção olímpica do Brasil, quando perdeu a medalha de ouro para o México, impondo uma pesada derrota e uma medalha de prata amarga para o elenco, que era amplo favorito na disputa.

Se pela seleção Lucas não conseguiu uma grande conquista, pelo São Paulo alcançou sua maior glória atuando no Morumbi. Em 2012, Lucas voou pelo time tricolor, desde o Campeonato Paulista, passando pelo Campeonato Brasileiro e tendo seu "Grand Finale" na Copa Sul americana. Com sua venda praticamente fechada para o exterior, o jovem jogador tinha então, sua última chance de marcar seu nome na história do clube, e ele conseguiu.

Na partida final da Sul Americana,  em casa contra o Tigre, da Argentina, Lucas novamente chamou a responsabilidade e liderou o time, marcando um gol e dando assistência para o outro. Mesmo com uma estranha confusão no intervalo da partida, que resultou na não continuação do jogo, Lucas merecia aquela taça por tudo que havia feito pelo São Paulo. Rogério Ceni, que sempre foi o capitão do time, abriu mão da braçadeira e a passou para a promessa, que teve a oportunidade de levantar um título que ajudou, e muito, a ser conquistado. Depois da festa, Lucas arrumou as malas e partiu para sua nova experiência internacional.
Lucas erguendo a taça de campeão da Copa Sul-americana em 2012.

Quando o PSG veio atrás do atleta, o "novo milionário" da Europa desembolsou 43 milhões de Euros, ou 108 milhões de reais na cotação da época, fazendo Lucas ser a segunda transferência mais cara do país. A apresentação do jogador brasileiro no clube francês ocorreu em janeiro de 2013, durante a pré-temporada que o time fazia em Dubai, contando com a presença do diretor do time na época, o também brasileiro Leonardo, e do presidente do time, Nasser Al-Khelaifi.
Brasileiro custou 43 milhões de Euros para o time Francês, e foi apresentado
com status de "craque".

Logo em sua estreia, o brasileiro começou o jogo como titular, jogando a partida quase inteira, sendo substituído no final do jogo, tendo seu nome cantando pela torcida do PSG presente no estádio. O jogo terminou empatado, mas foi um importante passo na carreira internacional do jogador. Carreira internacional que começou a gerar uma discussão, em que muitos afirmavam que com a transferência para e Europa, Lucas estaria melhor que Neymar, que relutava para sair do país.

Nos jogos seguintes Lucas continuava demonstrando um bom desempenho dentro de campo, e já dava sinais de uma adaptação ao esquema tático europeu, principalmente na parte de posicionamento de jogo, como na marcação, por exemplo. Mas um fato específico começou a chamar a atenção, tanto na França, como no Brasil. Durante a segunda etapa dos jogos, o desempenho do atleta praticamente "desaparecia", e o atleta não conseguia manter o mesmo ritmo do primeiro tempo, indicando um suposto cansaço do jogador. Mas isso era um pouco estranho, pois jogando em terras Tupiniquins, Lucas sempre correu e participou do jogo inteiro e nunca havia apresentado esse problema antes.
Jogador ficava "irreconhecível" na segunda etapa dos jogos.

Mesmo com grande nomes no elenco, como os argentinos Lavezzi e Pastore, Lucas conseguia segura sua posição de titular, com a confiança do técnico Carlo Ancelotti do seu lado. Mas a situação começou a mudar no meio do ano, precisamente antes de se iniciar a temporada 2013-14.

Uruguaio levou embora a vaga de Lucas no time do PSG.
O PSG foi as compras e trouxe o perigoso atacante Edinson Cavani, que chegou em Paris após o clube pagar 60 Milhões de Euros, para tirar o uruguaio do Napoli. A proteção de Lucas no time deixou a equipe, Carlo Ancelotti trocou o PSG pelo Real Madri, e para seu lugar, o ex-técnico da seleção francesa, Laurent Blanc foi contratado. Aí começaram os incômodos do brasileiro na França.

Um jogador que custou 60 milhões de Euros não pode ficar no banco, mas onde colocá-lo em uma equipe que está arrumada, com um esquema tático definido? Quem seria o jogador que iria dar lugar no time para Cavani? Tirar um jogador defensivo estava fora de cogitação, mexer no meio também não fazia sentido, logo restou a parte ofensiva do time, que contava com Lavezzi e Ibrahimovic, além do próprio Lucas, que atuava como ponta direita no ataque da equipe.

Blanc orienta Cavani no treino da equipe.
E um aspecto foi importante para definir quem sairia do time. Mesmo jogando bem e sendo elogiado por companheiros de equipe, torcida e crítica, Lucas não conseguia marcar gols pelo time, foram nove meses para sair o primeiro gol, diferente dos outros dois atacantes, fundamentais para os tentos marcados pela equipe na temporada. Assim Cavani colocou o brasileiro no banco de reservas do Estádio Parc des Princes.

Após perder espaço na equipe, Lucas continuou entrando regularmente nas partidas, conseguindo manter as boas atuações de antes, dando assistências e até marcando outros gols. Mas isso não impressionou Blanc, que insistia em deixar o jogador na reserva, por opção técnica e monetária, ou você tiraria Cavani ou Ibrahimovic para colocar Lucas como titular?

Sem jogar na França, o meio-atacante começou a perder espaço também na seleção Brasileira, e viu o técnico Felipão apostar alto suas fichas em outro jovem jogador, Bernard. Durante a Copa das Confederações, Lucas foi sempre gritado pela torcida para entrar em campo no lugar de Hulk, eterno perseguido dos torcedores brasileiros, mas a pedida nem sempre afetava Felipão, que chegou a dizer que quanto mais a torcida gritasse por ele, menos o treinador o colocaria em campo. Lucas nas vezes em que entrou em campo pela seleção, pouco conseguiu fazer, diferente de Bernard, que encantou o técnico com sua "alegria nas pernas".
Bernard "encantou" o técnico Felipão e desbancou Lucas na seleção.

Após a conquista da Copa das Confederações, o nome de Lucas aos poucos, foi deixando de aparecer, indicando que por enquanto, o jovem de 21 anos correria o risco de ficar de fora da lista final de jogadores que disputarão a Copa do Mundo do ano que vem no Brasil. E o próprio atleta já começa a considerar a ideia, dizendo até que "terá outras Copas pela frente", praticamente se dando por vencido.

Se depender da torcida do PSG, Lucas certamente estará jogando na copa. A apaixonada torcida elegeu o jogador como um dos três melhores do time no mês de Novembro, atrás apenas de Ibrahimovic, e ao lado de Cavani. Lucas conseguiu em alguns jogos, tirar Lavezzi da equipe, ocupando a vaga do argentino, fazendo o técnico Blanc ter uma boa dúvida sobre quem será o titular futuramente.

Talento o brasileiro tem de sobra, e já nos provou isso, resta para ele agora, conseguir se firmar novamente na equipe de Paris, para ganhar uma nova sequencia de jogos e assim retornar para a seleção Brasileira. Caso Felipão pudesse convocar 30 jogadores, provavelmente o nome de Lucas estaria lá, mas são apenas 23 por seleção, e muitos bons jogadores para poucas vagas.
Jogador comemora gol que fez contra a França em 2013.
Lucas tem tudo para despontar em um futuro bem próximo, e quem sabe uma troca de time não lhe fizesse bem? Ir para um outro time seria ótimo para o jogador, um clube onde ele possa exercer o protagonismo que tinha no São Paulo, e mostrar para a Europa o grande jogador que é.

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